quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Macroinvertebrados bentônicos: bioindicadores de impactos antrópicos

O projeto "Estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos como subsídio para avaliação do impacto ambiental em riachos da Região de Dourados" faz parte do Programa de Desenvolvimento Científico Regional - DCR (Edital - FUNDECT / CNPq nº 01 / 2008), coordenado pelos Professores Emerson Machado de Carvalho, Jelly Makoto Nakagaki e Mônica Mungai Chacur. O resumo do projeto poderá ser verificado a seguir:
Os riachos integram tudo que acontece nas áreas de entorno e isto significa que eles estão muito intimamente conectados ao ambiente terrestre, como no caso do uso e ocupação do solo. Juntamente com as condições físicas e químicas do ambiente, os macroinvertebrados bentônicos podem fornecer importantes informações sobre as conseqüências das ações antrópicas. Os macroinvertebrados aquáticos têm apresentado grande eficiência no biomonitoramente de ecossistemas aquáticos por serem de fácil amostragem, fácil identificação, distribuição geográfica ampla e, principalmente, considerados uma ferramenta de baixo custo. Além disso, o maior estímulo para a adoção e ampliação de redes de biomonitoramento tem sido o apoio de legislações federais e/ou estaduais. Dessa forma, o presente projeto tem como objetivo analisar a estrutura das assembléias de macroinvertebrados bentônicos ao longo dos Córregos Curral de Arame e Água Boa, localizados no Município de Dourados, Mato Grosso do Sul, como subsídio para avaliação do impacto ambiental. Os córregos selecionados para o estudo representam dois importantes tributários na região de Dourados, desaguando no principal rio do município, o Rio Dourados. O estudo será dividido em três etapas com o propósito de: (1) analisar a composição, densidade e distribuição da comunidade bentônica amostrada ao longo de três trechos dos riachos através de uma rede tipo “surber”, (2) verificar a dieta dos mais representativos táxons de macroinvertebrados amostrados ao longo do riacho, através da análise do conteúdo do trato digestório, (3) analisar o processo de sucessão ecológica da comunidade bentônica com o uso de substrato artificial encubado no riacho e retirado ao 1º, 5º, 10º, 15º, 25º, 35º e 45º dias de colonização. Com isso, espera-se obter importantes dados sobre a ecologia e biologia dos macroinvertebrados bentônicos, constituindo assim, uma importante ferramenta no biomonitoramento dos mananciais da região. Diante do aparente estado de degradação dos ecossistemas aquáticos na Região da Grande Dourados, principalmente nos riachos de pequena ordem, torna-se urgente o desenvolvimento de metodologias de detecção de impactos ambientais, possibilitando avaliações para a manutenção e recuperação da integridade destes ecossistemas.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A hora do almoço

Este vídeo foi feito pelo aluno Madson Silveira de Melo no laboratório de cultivo de crustáceos e insetos aquáticos do CPBio e capturou o momento em que a larva do tricóptero se alimentava do perifíton preso às macrófitas. O material foi coletado em uma área alagada pelo rio Dourado e para a surpresa de todos lá estava o tricóptero fominha.

Trichoptera: as artistas na construção de casas


A imagem ao lado ilustra os resultados de uma colaboração artística incomum entre o artista francês Hubert Duprat e um grupo de larvas de tricópteros. A mesma façanha já foi utilizada por um joalheiro sueco que confecciona brincos com lascas de pedras preciosas delicadamente elaboradas pelas larvas de tricópteros. A ordem de insetos Trichoptera tem como característica a construção de casas portáteis com a utilização de diferentes materiais encontrados no ambiente aquático, como folhas, areia, detritos, entre outros. Abaixo podemos conferir algumas larvas de tricópteros em suas casas, utilizando diferentes tipos de materiais.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ecologia e Biologia de Invertebrados: A arte da ilustração científica manual em taxonomi...

Ecologia e Biologia de Invertebrados: A arte da ilustração científica manual em taxonomi...: "A arte da ilustração científica manual em taxonomia zoológica A técnica de ilustração científica nem sempre é uma prática entre pesquisador..."





A arte da ilustração científica manual em taxonomia zoológica

A técnica de ilustração científica nem sempre é uma prática entre pesquisadores, necessitando do auxílio de um ilustrador. O talento artístico é crucial para todos os ilustradores, necessitando de sensibilidade para detalhes e senso de equilíbrio e proporção. Os ilustradores de ciências, em particular, terão uma vantagem adicional se tiverem um conhecimento confiável e fundamental de ciências, além de comprovada habilidade artística. Atualmente, o Grupo de Pesquisa em Biologia e Ecologia de Invertebrados (EBI) têm contado com o talento de Mieko Nagata Ito, que vem brilhantemente ilustrando os insetos aquáticos coletados nos riachos de Dourados. Mieko relatou que:
“nos primeiros desenhos encontrei muita dificuldade, pois não tenho nenhuma formação técnica (...) as linhas traçadas não eram precisas e não se assemelhavam ao material observado. Ser desenhista, seja na ilustração científica ou artística, é ter habilidade à mão livre e olhar fotográfico dos objetos a serem traçados. Hoje, após um ano desenhando os exemplares de insetos aquáticos, espero poder aperfeiçoar a técnica e continuar contribuindo para identificação das espécies”
Com a parceria da aluna Nathaskia Silva Pereira, Mieko encontrou o suporte científico e taxonômico para os detalhes morfológicos mais importantes a serem destacados nas respectivas ilustrações. Verifique algumas das ilustrações já realizadas:







Resultados alcançados com o presente estudo


Mieko N. Ito apresentou o presente estudo no Simpósio Brasil-Japão e recebeu das mãos do Ministro do Japão o Certificado de Honra ao Mérito pelo melhor trabalho de divulgação científica.


Quanta responsabilidade nas costas??!!

Em junho de 2010 foi realizada uma coleta de crustáceos nas lagoas pantaneiras (Miranda, MS) pelas alunas Lana Carla, Ellen Berbert e pelos professores Jelly M. Nakagaki e Emerson M. Carvalho. As coletas fazem parte do projeto “Iscas do Pantanal”. Durante as coletas, um grupo que apareceu com bastante freqüência foi o inseto aquático da família Belostomatidae (popularmente conhecido como besouro d’água gigante). Além disso, muitos deles apresentavam ovos no dorso, o qual chamou bastante a atenção. Assim, veja uma curiosidade reprodutiva deste inseto aquático:

A fêmea deposita até 100 ovos ou mais em blocos de ovos pegajosos no dorso do macho dos gêneros Belostoma e Abedus. O comportamento específico deste grupo contribui para a eficiência de eclosão dos ovos. Por exemplo, machos mantêm um fluxo intermitente de água doce em cima dos ovos, acariciando com as pernas traseiras. Interessantemente, se os ovos ficarem soltos ou descolados, o macho canibaliza os ovos prontamente. Embora este canibalismo seja uma desvantagem à propagação das espécies, ou mais particularmente dos próprios genes dos animais, por outro lado, o cuidado involuntário do macho aumenta a eficiência de eclosão dos ovos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Semana de Ecologia

Pensar global e agir local: um ideal da Semana do Meio Ambiente da Escola Estadual Frei João Damasceno, Caarapó-MS.
No dia 23 de Agosto uma parte da equipe do EBI, composta pelo professor Emerson Machado de Carvalho, os alunos de Iniciação Científica Joab P. Santana, Lana C.F. Vieira e Nathaskia S. Pereira estiveram presentes na Semana do Meio Ambiente da Escola Estadual Frei João Damasceno, em Caarapó-MS.
Foi ministrada aos alunos uma palestra com o tema: Sustentabilidade, Biodiversidade e Biomonitoramento. Também foram levados alguns componentes da coleção zoológica do material didático de apoio da UEMS (animais marinhos e de água doce) e estereomicroscópios para observação do material. Além dos materiais levados havia muitos outros atrativos na escola, desenvolvidos pelos próprios alunos, o que mostra o empenho dos professores em ensinar além daquilo que se encontra nos livros.
O principal tema abordado foi sustentabilidade, que é “atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”. Alunos e professores enfatizaram esta idéia com a confecção de maquetes mostrando a importância da mata ciliar, com a produção de objetos e brinquedos a partir de material reciclável, também reaproveitamento de gordura para fabricação de sabão, entre outros trabalhos.
Os alunos e professores da Escola Estadual Frei João Damasceno foram muito receptivos com a nossa presença, propondo, assim, uma visita ao laboratório do EBI para melhor conhecerem as atividades dos pesquisadores. Isso é muito gratificante, pois as atividades do nosso grupo de pesquisa esta sendo cada vez mais divulgado e, além disso, demonstra que as pessoas estão se sensibilizando com os cuidados com meio ambiente. Desde 2007, a coordenação, juntamente com professores e alunos desta escola já tem colocado essa idéia em prática, pois estão trabalhando na recuperação da nascente do Córrego Guajuvira em Nova América. Parte da iniciativa para recuperação da mata ciliar do córrego Guajuvira pode ser vista no artigo “Percepção ambiental e sensibilização de alunos do ensino fundamental para preservação da mata ciliar”, publicada pelos professores Emerson M. Carvalho, Valcir S. Rocha e Giani L.B. Missirian na Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental.
(Editado por Nathaskia S. Pereira e revisado por Emerson M. Carvalho)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ESTUDO DA SAZONALIDADE NA ESTRUTURA DAS ASSEMBLÉIAS DE MACROINVERTEBRADOS EM LAGOAS DO PANTANAL

O Grupo de Pesquisa em Ecologia e Biologia de Invertebrados (EBI), aprovou recentemente (2010) o projeto ESTUDO DA SAZONALIDADE NA ESTRUTURA DAS ASSEMBLÉIAS DE MACROINVERTEBRADOS EM LAGOAS DO PANTANAL junto a FUNDECT/MS. Este projeto pretende avaliar os processos ecológicos (estrutura e funcionamento) das assembleias de macroinvertebrados em lagos pantaneiros com diferentes caracteristicas ambientais, visando a produção de conhecimento científico como base para a implementação de ações de recuperação e conservação. Para isto serão realizadas coletas em lagoas nas áreas de inundação do rio Miranda (Miranda/MS) no período seco e chuvoso. Serão definidas três lagoas com caraterísticas distintas onde amostras de macroinvertebrados do bentos, do corpo da água, na superfície e na vegetação marginal serão realizadas. Além disso serão definidas a temperatura da água, a turbidez, a condutividade, o oxigênio dissolvido, pH, a clorofila, luminosidade, a visibilidade da água, a matéria orgânica da água e do sedimento. Além disso o conteúdo estomacal dos principais representantes de insetos e crustáceos serão analisados. Todos os grupos taxonômicos coletados serão identificados ao menor nível taxonômico possível e os pontos e a posição nas lagoas identificada para verificar a composição, abundância e estruturas desta comunidade nas lagoas. Todos os organismos ainda serão fotografadas para produção de um catálogo de espécies que servirá em futuros trabalhos de identificação na área de monitoramento e gestão ambiental.
Além do conhecimento científico gerado sobre o Pantanal este projeto será importante na formação de novos pesquisadores alunos do curso de Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental da UEMS que irão participar das atividades de coleta, de laboratório e análise dos dados.